11. DEPOIS DO AMOR

(Carlos Tê/ Hélder Gonçalves)


se me rio depois do amor
não é zombar do sagrado
é puro contentamento
de algo que me foi dado
é só o deslumbramento
dum momento revelado


mal é depois do amor
não haver vestígio dele
cresce por dentro um vazio
que nem as palavras preenchem
suspensas por um fio


depois do amor
se eu me rir
depois do amor
se eu me rir


da próxima vez que me rir
já sabes foi o amor que cedeu
da próxima vez que me rir
é porque o amor me inundou
e a sua água em nós correu
e o melhor veio depois
porque então ríamos dois


depois do amor
se eu me rir
depois do amor
se eu me rir
depois do amor
se eu me rir